O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) realizou nesta quinta-feira (19/10) o I Torneio de Tênis de Mesa do Projeto Corre Legal, em parceria com a Associação Mais Acessível (AMA), que sediou o evento. Cerca de 50 jovens que cumprem medidas de internação nos Centros Socioeducativos de Belo Horizonte participaram do torneio, assim como os socioeducadores.
O I Torneio de Tênis de Mesa do Projeto Corre Legal reuniu cerca de 50 jovens na sede da AMA (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)
O Projeto Corre Legal foi criado em agosto de 2020 por juízes da Vara Infracional da Infância e Juventude da capital. O objetivo é utilizar o esporte como meio de reeducação social para jovens entre 12 e 18 anos. A iniciativa executa as medidas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que ressaltam a importância de desenvolver uma prática educativa e esportiva como alternativa de desenvolvimento, além do aprimoramento das potencialidades dos jovens, especialmente na postura ético-cidadã dentro da comunidade em que eles vivem.
O projeto teve início com a viabilização da participação dos adolescentes em corridas de rua, com foco em proporcionar uma atividade para que eles pudessem sair de dentro dos muros das instituições. “Este ano, fechamos uma parceria com a Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o centro de treinamento da universidade para que eles pratiquem diferentes modalidades do atletismo. E agora firmamos esta parceria com a AMA para o tênis de mesa para ampliar ainda mais as atividades”, disse a juíza Andréa Mol Bessa, do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH) e coordenadora do Corre Legal.
O evento fez parte das ações de comemoração dos três anos do projeto e já existem algumas ideias para viabilização de novas atividades futuramente, como natação. “Ao todo, são 14 unidades entre centros de semiliberdade, internação provisória e internação definitiva. E, desde o início, o projeto tem surtido um efeito muito positivo na vida desses adolescentes. Queremos poder ressocializá-los e proporcionar o pertencimento a um grupo maior”, complementou a juíza.
Novas perspectivas
Um dos jovens que participou do torneio de tênis de mesa, de 17 anos, faz parte do Corre Legal desde o início, já tendo participado de três corridas de rua. “Em uma delas eu fiquei em quinto lugar e nas outras duas conquistei o primeiro lugar. Já no tênis de mesa eu não sou muito bom. Vim mais para participar mesmo. Não sei jogar direito. Mas vim porque tudo o que é novo é bom, né? Eu gosto demais desse projeto, acho muito bom e quero contribuir também. Já estou com algumas ideias que vou conversar com eles para pôr em prática”, disse o adolescente.
Outro jovem participante, de 16 anos, disse ter se divertido bastante no torneio, embora seu esporte preferido seja outro. “Eu gosto do tênis de mesa e achei a ideia do torneio bem legal. Já participei de algumas corridas também e não ganhei nada, mas valeu a pena. Mas o meu esporte mesmo é o futebol”, afirmou.
Os jovens de divertiram ao realizar uma atividade diferente como o tênis de mesa (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)
Márcio Prudêncio e Roberta Oliveira são professores da Escola de Educação Física da UFMG e lidam com os jovens no dia a dia para realizar atividades diferenciadas. “Nem todos gostam e se dão bem com as corridas de rua, então encontramos outras modalidades de atletismo e eles têm se interessado bastante e se envolvido com afinco”, disse o professor Márcio Prudêncio. Já Roberta Oliveira ressaltou que o engajamento é bastante alto. “A gente vê que o atletismo, o esporte em si, realmente é um transformador de vidas. Eles querem competir. Temos feito algumas competições e eles têm participado. Vemos no rostinho deles a felicidade de ganhar uma medalha e isso é muito importante”, disse a professora.
AMA
A Associação Mais Acessível (AMA) foi fundada em 17 de outubro de 1995 por um grupo de indivíduos comprometidos com a causa da inclusão e defesa dos direitos das Pessoas com Deficiência (PcD) e o desenvolvimento do paradesporto.
A juíza Andréa Mol Bessa e o presidente da AMA, Leonardo Mattos, celebraram a nova parceria entre as instituições (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)
O presidente da entidade, Leonardo Mattos, prestigiou o evento e considera a parceria com o TJMG muito importante e frutífera. “Essa é uma parceria muito importante para nós e é ótimo possibilitar a esses meninos uma oportunidade de convivência, de troca de experiências. Somos uma entidade especializada em paradesporto. Temos aqui o tênis de mesa e o basquete em cadeira de rodas. É muito bom saber que o tribunal está preocupado com a recuperação e inclusão desses jovens e, para nós, foi uma honra recebê-los. A nossa casa é aberta e generosa, pois pregamos a generosidade entre as pessoas”, disse o presidente.
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