Foto: Viviane Ferreira

No último sábado (20), foi celebrado o aniversário de 18 anos dos programas “Fica Vivo” e “Mediação de Conflitos” de Nova Contagem. A comemoração aconteceu na praça VC4 e foi marcada pelas apresentações dos jovens que participam das oficinas de percussão, basquete, skate, dança, futsal, vôlei, entre outras. Outra atração de sucesso foi o balcão de empregabilidade, uma parceria com o Itaú Power Shopping, que ofertou vagas de emprego para jovens acima de 18 anos.

O evento foi organizado pelo gestor e pelos analistas e oficineiros que compõem a equipe técnica dos programas e também contou com o apoio do Gepar, da Economia Solidária de Contagem e da Copasa. Mateus Ferreira, gestor da unidade, deu início às programações do dia. “A construção dessa comemoração foi planejada durante todo o ano a partir da conexão entre o território e os programas da política de prevenção. A escolha do espaço, do formato das apresentações, das parcerias necessárias para a execução do evento, etc, foram todas pensadas junto ao público, tornando o dia ainda mais especial ", disse.

Durante a festa, muitos oficineiros mostraram ao público o trabalho realizado com seus alunos. “Pensando nos 18 anos dos programas, nós queríamos mostrar para todos que vieram nos prestigiar, pra comunidade, um pouco do que nós trabalhamos nas oficinas no dia a dia” comentou Adélia Dorcino, oficineira de dança do ventre do Programa Fica Vivo há 13 anos. Para a professora, as oficinas promovem melhora na autoestima dos participantes e a aluna Taiene Muniz, de 15 anos, é uma peça que retrata o que os programas têm feito nestes 18 anos: um resgate da juventude.

“Eu era uma pessoa muito fechada e não gostava de fazer nada. Eu nem queria entrar para a oficina, mas depois eu não quis mais sair porque eu me encontrei na dança. Agora eu consigo conversar em público e consigo interagir mais. Me apresentar hoje foi magnífico e gratificante, mesmo com o nervosismo eu consegui me expressar dançando” pontuou Taiene.

Professoras e aluna apresentam coreografia de dança do ventre

Foto: Viviane Ferreira

Oficineiro do Fica Vivo desde 2009, Wellington Rosa (Neguinho) também foi um dos organizadores do evento. Quando era adolescente, Neguinho ingressou como aluno em uma das primeiras oficinas de grafite do programa e hoje atua como professor no mesmo projeto. Para o oficineiro, o trabalho é árduo mas recompensador: “Trabalhamos num programa que visa a redução da violência na vida de crianças e adolescentes e às vezes a gente se depara com notícias ruins. Então, é muito positivo quando temos um evento como esse, onde a gente vê os programas acontecendo e a iniciativa dos jovens. É uma alegria quando um jovem que era do crime começa a trabalhar e seguir sua vida depois de participar das oficinas ", observou.

Nicolas Miguel (Nicom), estudante de 15 anos e participante da oficina de grafite, aproveitou a celebração para, junto de seus colegas, criar uma arte exclusiva para o aniversário de 18 anos do “Fica Vivo” e “Mediação de Conflitos”. “Para essa arte nós pensamos em fazer uma paisagem com um céu chuvoso e nublado e um mar escuro. Já nos nomes dos programas nós colocamos a cor azul para ficar mais vivo mesmo. Nas letras nós desenhamos imagens para representar algumas oficinas como basquete, hip hop, skate etc.”, comentou o estudante.

Para o jovem, o programa “Fica Vivo” tem um papel fundamental em sua vida. “Quando meus pais se separaram isso me causou uma depressão. Aí entrei na oficina de grafite e vi que a arte me fez expressar melhor os meus sentimentos. Meu grafite descreve meu dia a dia, se meus personagens estão tristes ou felizes é porque eu estou me sentindo assim. Agora, fazendo o que eu gosto, eu tô me sentindo mais vivo do que nunca. Futuramente eu posso me profissionalizar, me tornar artista e até trabalhar no Fica Vivo retribuindo tudo o que eu aprendi” finalizou o grafiteiro.

Alunos da oficina de grafite pintam tela para evento

Foto: Viviane Ferreira

Mas não eram só os mais jovens que estavam participando da festa. Anesita Pacheco, de 63 anos, expôs alguns artesanatos confeccionados na oficina “Amor em Forma de Arte” do programa “Mediação de Conflitos”. Há dois anos, após um período de depressão e outros problemas de saúde, Anesita ingressou na oficina para se distrair e sair mais de casa. “Participar da oficina melhorou tudo na minha vida. Melhorou minha depressão, minha saúde, fiz amizades, ajudou na minha criatividade e no convívio com outras pessoas. Até aprendi a pintar e antes eu nem sabia pegar num pincel” comentou.

Anesita ainda destacou que o evento é uma oportunidade para mostrar para outras pessoas os objetos que confecciona nas aulas. “Na oficina o que eu mais gosto de fazer são alimentos como alho, pimenta, coisas do universo da cozinha. Eu ainda tô naquele processo de fazer o artesanato só pra mim, mas mostro para alguns conhecidos que acham muito bonito. Tem gente que entrou na oficina sem saber nada e já consegue fazer artesanato até pra vender” revelou.

Competição de futsal agitou a comemoração

Foto: Viviane Ferreira

Quem também aproveitou o aniversário para curtir a tarde na praça com familiares e amigos foram os moradores do bairro Nova Contagem. Maycon Robert, de 25 anos, estava ansioso para assistir ao jogo de futsal e encara o entretenimento como válido para a formação do caráter humano. “Vejo que o importante não é só ver quem leva o troféu, mas ver essas vidas que saem de uma coisa errada e começam a valorizar o esporte” contou.

Chamone Guedes, 38 anos, compareceu e assistiu a todas as performances do dia. “Gostei de todas as apresentações, acho que os programas abrem muito a mente dos jovens, livrando muitos das drogas e de ficarem à toa na rua. Espero que tenham mais eventos como esse pra gente aproveitar” contou a moradora.

A comemoração foi encerrada no final da tarde e o aniversário de 18 anos dos programas “Fica Vivo” e “Mediação de Conflitos” fortaleceu os laços da política com a comunidade do bairro, deixando o desejo que mais eventos como esse se repitam.

Deixe seu Comentário